sexta-feira, 31 de maio de 2013
... quando as areias se rendem ao vento saudando a noite, sigo a rota dos teus mil passos, em gotas de sal de estrelas.
Cerro os olhos e vejo-O, brilhante, a rolar, hesitante. O cristal da Tulipa Negra visível a cada 1001 anos, durante o ciclo
de uma só noite.
... fico a memorizar-lhe a tez ...e sigo-te, pela manhã depois de a ver tornar à areia.
Não a posso levar, morreria para sempre...mas levo-te dela a fragrância nos dedos e entrego-ta antes do último passo teu, às portas de Casablanca.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Um dia destes...ou talvez noite, peço à lua que torne visíveis algumas sombras que se escondem do escuro. Depois pinto-as de branco para que não se escondam...nem deixar que nelas se desequilibrem. Se a tua passar por mim...pode até ser em silêncio... mas que seja pela frente... ou pinto-a de ignorância fluorescente.
Quando todas as árvores caírem - quando todos os relógios pararem - quando todas as palavras forem ditas - quando todos os sentidos se perderem - quando a luz se apagar ...
sente-se o escuro, consentido em palavras de tempo, feito folhas caídas...
... e volto.
http://www.youtube.com/watch?v=UMe7WdK-XKo
A Noite deu-se-me lenta em cheiro de Outono - folhas secas em sussurro de rastejante voo sonhado - pudesses trazer-te de adobe e comprares ao tempo o que nunca te deu - que a chuva não te caia e se torne lama - se conheces o lado água, olha a poente pelo Pacífico - senta-te no colo de Chan - respira-lhe a vontade de te secar...
De modos que...já é sábado à noite...a minha caneta fetiche deixou de escrever, o cão da vizinha não pára de ladrar aos pombos, um pingo doce sem limas para sumo soube-me amargo... e vinguei-me nos pastéis de Belém. Para a semana compro uns travesseiros quentinhos em Sintra... Yeahhhhhh satisfaction
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Um dia pegaste-me pela mão e quiseste que te levasse onde nunca tinhas ido... deste-me uma boa razão para te levar...demorei todo o caminho a tentar entender...e ainda hoje não entendi...e já lá vão para cima de muitos anos...ou serão minutos e foste tu quem me tornou lento o relógio neste durante?
Sei que chegaste...mais que uma...mais que duas...mais que outras tantas...múltiplas... rodamos em círculo ou é a estrada que se repete?
Sei que chegaste...mais que uma...mais que duas...mais que outras tantas...múltiplas... rodamos em círculo ou é a estrada que se repete?
A luz incerta de estação cala-se no escuro... perdem-se ao longe os passos a caminho de casa...as cores escondem em ritmo lento o cansaço... fica deserta a brisa de folhas, a nascer-se de outono... o próximo comboio chega de manhã ...vão voltar a correr...vão voltar dormentes de pressa... o tempo arrefece...
O relógio dos ponteiros grandes...o comboio silencioso, deserto e fora de horário...sem odor a carril...sem maquinista nem passageiros...sem paragem noutras estações...destino incerto... Ficam na estação, desertos de olhares ausentes de quem por lá passou e a cada folha caída se desiste de acenar...
Não precisas de bilhete... só vontade de ir...
O relógio dos ponteiros grandes...o comboio silencioso, deserto e fora de horário...sem odor a carril...sem maquinista nem passageiros...sem paragem noutras estações...destino incerto... Ficam na estação, desertos de olhares ausentes de quem por lá passou e a cada folha caída se desiste de acenar...
Não precisas de bilhete... só vontade de ir...
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