quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Um dia destes...ou talvez noite, peço à lua que torne visíveis algumas sombras que se escondem do escuro. Depois pinto-as de branco para que não se escondam...nem deixar que nelas se desequilibrem. Se a tua passar por mim...pode até ser em silêncio... mas que seja pela frente... ou pinto-a de ignorância fluorescente.
Quando todas as árvores caírem - quando todos os relógios pararem - quando todas as palavras forem ditas - quando todos os sentidos se perderem - quando a luz se apagar ...
sente-se o escuro, consentido em palavras de tempo, feito folhas caídas...
... e volto.
http://www.youtube.com/watch?v=UMe7WdK-XKo
A Noite deu-se-me lenta em cheiro de Outono - folhas secas em sussurro de rastejante voo sonhado - pudesses trazer-te de adobe e comprares ao tempo o que nunca te deu - que a chuva não te caia e se torne lama - se conheces o lado água, olha a poente pelo Pacífico - senta-te no colo de Chan - respira-lhe a vontade de te secar...
De modos que...já é sábado à noite...a minha caneta fetiche deixou de escrever, o cão da vizinha não pára de ladrar aos pombos, um pingo doce sem limas para sumo soube-me amargo... e vinguei-me nos pastéis de Belém. Para a semana compro uns travesseiros quentinhos em Sintra... Yeahhhhhh satisfaction
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Um dia pegaste-me pela mão e quiseste que te levasse onde nunca tinhas ido... deste-me uma boa razão para te levar...demorei todo o caminho a tentar entender...e ainda hoje não entendi...e já lá vão para cima de muitos anos...ou serão minutos e foste tu quem me tornou lento o relógio neste durante?
Sei que chegaste...mais que uma...mais que duas...mais que outras tantas...múltiplas... rodamos em círculo ou é a estrada que se repete?
Sei que chegaste...mais que uma...mais que duas...mais que outras tantas...múltiplas... rodamos em círculo ou é a estrada que se repete?
A luz incerta de estação cala-se no escuro... perdem-se ao longe os passos a caminho de casa...as cores escondem em ritmo lento o cansaço... fica deserta a brisa de folhas, a nascer-se de outono... o próximo comboio chega de manhã ...vão voltar a correr...vão voltar dormentes de pressa... o tempo arrefece...
O relógio dos ponteiros grandes...o comboio silencioso, deserto e fora de horário...sem odor a carril...sem maquinista nem passageiros...sem paragem noutras estações...destino incerto... Ficam na estação, desertos de olhares ausentes de quem por lá passou e a cada folha caída se desiste de acenar...
Não precisas de bilhete... só vontade de ir...
O relógio dos ponteiros grandes...o comboio silencioso, deserto e fora de horário...sem odor a carril...sem maquinista nem passageiros...sem paragem noutras estações...destino incerto... Ficam na estação, desertos de olhares ausentes de quem por lá passou e a cada folha caída se desiste de acenar...
Não precisas de bilhete... só vontade de ir...
Só o feliz sabe sê-lo...sem nunca o ter dito...sem nunca se fazer história...sem nunca falar ao espelho...só o feliz esquece a bússola para trás do primeiro passo... só o feliz conhece o caminho de olhos fechados... o deserto que se traz no vento...o gole de água moderado...o galope do horizonte... e vivê-lo de novo...como primeira vez...
Prefiro-te brilhante em final de quarto crescente...quando te ofereces flor de jardim mineral...absorves na gema a luz que a densidade te concede... sonho o teu ponto de fusão em escala de Mohs muito para lá da dezena...
Esquece o denso negro...ensina-me as quatro direcções... conta-me o arco-íris no derradeiro reflexo.
Esquece o denso negro...ensina-me as quatro direcções... conta-me o arco-íris no derradeiro reflexo.
...por entre dedos, sentiste dedos colados à pele...
Usaste o ar que o momento te obrigou?
Sentiste a terra confundir-te o equilíbrio?
Deixaste o fogo queimar-te para lá do suportável?
Mergulhaste na água quando cascata te sentiste?
... no momento discreto e simétrico da sublimação está o segredo do quinto elemento...
... coloca as mãos em concha, deixa todo o conhecimento fora do alcance dos sentidos...
... a tela cinza vai perder as cores que escondes e tornar ao branco...só aí ele se mostra...uma única vez.
Usaste o ar que o momento te obrigou?
Sentiste a terra confundir-te o equilíbrio?
Deixaste o fogo queimar-te para lá do suportável?
Mergulhaste na água quando cascata te sentiste?
... no momento discreto e simétrico da sublimação está o segredo do quinto elemento...
... coloca as mãos em concha, deixa todo o conhecimento fora do alcance dos sentidos...
... a tela cinza vai perder as cores que escondes e tornar ao branco...só aí ele se mostra...uma única vez.
Naquele espaço de ninguém, entre fechares os olhos e o sonho...há um tempo que a memória não te deixa lembrar... é o tempo perdido...o intervalo imperceptível... a fronteira do adormecer lento...os cardais do sono profundo...
Há segredos que o sonho não te deixa revelar...e apaga-te num afago suave esse momento imaculado... se te lembrasses dele, seria perfeito... e tocarias a luz, todas as suas formas e estados maiores...mas acordas a sorrir, imperfeito e tão necessariamente confortável...
Esta, é outra noite... adormeces-me?
Há segredos que o sonho não te deixa revelar...e apaga-te num afago suave esse momento imaculado... se te lembrasses dele, seria perfeito... e tocarias a luz, todas as suas formas e estados maiores...mas acordas a sorrir, imperfeito e tão necessariamente confortável...
Esta, é outra noite... adormeces-me?
Sabes?... sempre que o meu Setembro te azula, nasce-me precoce de Outono a vontade de mergulhar de cabeça, no teu mais quente e secreto recanto...
E ainda em apneia, inundado do teu molhar, voltar-me o olhar ao azul seco e continuar a descer-te ...por dentro...até onde a luz não chega...mas lhe sinto o branco.
E ainda em apneia, inundado do teu molhar, voltar-me o olhar ao azul seco e continuar a descer-te ...por dentro...até onde a luz não chega...mas lhe sinto o branco.
Quem és tu? ...que me usas as pontes que deixei inacabadas para ninguém atravessar
Quem és tu?... que me abraça naquele afago fechado que não vejo mas sinto
Quem és tu?... vento norte que a sul me faz chegar o desnorte
Quem és tu?... canto de sereia? voz de dentro que em surdina me grita?
Quem és tu?... que me deixas na boca a geleia de gosto real
Quem és tu?... de quem não sei o nome, mas o escrevo em todos os muros
Serás tu, quem não quero deixar-te ser? E assumo que minto...
Quem és tu?... que me abraça naquele afago fechado que não vejo mas sinto
Quem és tu?... vento norte que a sul me faz chegar o desnorte
Quem és tu?... canto de sereia? voz de dentro que em surdina me grita?
Quem és tu?... que me deixas na boca a geleia de gosto real
Quem és tu?... de quem não sei o nome, mas o escrevo em todos os muros
Serás tu, quem não quero deixar-te ser? E assumo que minto...
Foste-te embora não disseste nada...nem um adeus até mais logo, ou até para o ano...no mínimo
Deixaste-me à janela a chorar-mos os dois por ti, separados por um vidro molhado.
Um dia destes voltas sem avisares... nem sei porque continuamos a gostar dessas tuas idas de retorno incerto, nas voltas que reviras num vipe...
És um morcão...e como és assim para o gordinho, diria mesmo que és um ganda morcão páááááááááaá.
Deixaste-me à janela a chorar-mos os dois por ti, separados por um vidro molhado.
Um dia destes voltas sem avisares... nem sei porque continuamos a gostar dessas tuas idas de retorno incerto, nas voltas que reviras num vipe...
És um morcão...e como és assim para o gordinho, diria mesmo que és um ganda morcão páááááááááaá.
Convidas a noite a entrar...incenso jasmim no canto do quarto...o lenço vermelho por cima da luz fria, aquece-a...aquece-te...abraças a almofada...e já liberta das cores que a cada dia te escolhem, deixa-la entrar por ti... soltas o cabelo...solta-se aquele gesto sereno...as cigarras calam-se... e ouvem-te adormecer
Mais ou menos nesta altura o Paulo Gonzo (GGBB...uma das minhas bandas preferidas nesse tempo) dizia que cantar em português só morto...Paulinho eu tenho medo de fantasmas mas apesar de achar que devias ir falar com o João Alain e voltares a reunir a Go Grall, ainda te oiço, fora do circuito audiófilo das telenovelas.
Esta não é inTensa...esta é mesmo T grande.
E agora vou prá rua senão dasato a chorar de saudade....snif snif
Esta não é inTensa...esta é mesmo T grande.
E agora vou prá rua senão dasato a chorar de saudade....snif snif
...quando elas tentam e não lhes permites a queda...teu lado árido, que M'Hamid contagia, com os pés no deserto... não as deixas cair, apenas o sal te torna caminhante... e o ritual do chá, gesto adiado... e esse segredo na mão esquerda fechada, onde guardas meia dúzia de tâmaras para o caminho... perpendicular aos ventos de Maio que te apagam a rota...
No oásis escondido por dunas altas, fazes uma fogueira...o sol, desce pela transparência laranja da Djellabah, adivinha-te nua... esperas de pernas em lótus e olhos colados ao céu, que a cadência das estrelas te chame Medusa...
No oásis escondido por dunas altas, fazes uma fogueira...o sol, desce pela transparência laranja da Djellabah, adivinha-te nua... esperas de pernas em lótus e olhos colados ao céu, que a cadência das estrelas te chame Medusa...
Ainda antes da luz, a cor atrasa-te do tempo ...salpica-o a preto e branco sem perceberes esse chegar à fronteira tranquila... abrir os olhos, traz-te de novo a tonalidade quente do sorriso...e cresce-te na vontade, outro...e outro...e outro desejo de sonho...real no durante...transcendente no depois. E o belisco !? ...apenas te confirma o sonho..
Respondendo... que não respiro, de pés no chão...que não sou vela a quem o vento aponta o caminho...
Sou parte inteira do meu voo sem escala, nem rota ... que troça do destino, pleno de eterno no durar.
Não me ensines a voar...nasci do voo... vivo no voo... e no momento escolhido, vou entrar pela porta secreta da nuvem branca... que no seu toque de algodão me deixará, passivamente planante.
Sou parte inteira do meu voo sem escala, nem rota ... que troça do destino, pleno de eterno no durar.
Não me ensines a voar...nasci do voo... vivo no voo... e no momento escolhido, vou entrar pela porta secreta da nuvem branca... que no seu toque de algodão me deixará, passivamente planante.
Same
Fica este primeiro "provar" da nova prata de uma banda de mérito combatente.
São luso-descendentes, e numa cave de Orleans fazem música de forte influência também no rock lusitano.
Gostei de vos saber de volta, cinco anos depois.
Grande abraço Sérgio, André... ça gratte.
São luso-descendentes, e numa cave de Orleans fazem música de forte influência também no rock lusitano.
Gostei de vos saber de volta, cinco anos depois.
Grande abraço Sérgio, André... ça gratte.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Arco-íris nocturno
A cada reflexo lunar há um arco-íris caleidoscópico, apenas visível no ângulo certo medido em sextante perfeito. Deixa-o encandear-te e brilhar a cada Lua nova, crescente.
sábado, 23 de abril de 2011
.....
...ao quinto gradiente do sono profundo, existe uma harmónica que se toca por dentro, em múltiplo inteiro ... perfeito.
...contar o tempo como em relógio suiço, no bater das asas em silêncio imaculado.
... o fogo que te arde por dentro, quando te sentes água a cada gota de chuva tropical.
... e a noite cai-se de ti, em transe alquímico e devaneios cromáticos ... até ao primeiro raio nascente.
... acorda-me, quero ver-te chegar !
...contar o tempo como em relógio suiço, no bater das asas em silêncio imaculado.
... o fogo que te arde por dentro, quando te sentes água a cada gota de chuva tropical.
... e a noite cai-se de ti, em transe alquímico e devaneios cromáticos ... até ao primeiro raio nascente.
... acorda-me, quero ver-te chegar !
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